sábado, 22 de abril de 2017

Adamantina e cidades de Honduras, El Salvador e Guatemala firmam termo de cooperação

Representantes da América Central conhecem projetos de agricultura familiar em Adamantina.
Prefeito Márcio Cardim e representante da Comunidade Fronteiriça Trinacional Rio Lempa assinam termo de cooperação (Foto: Siga Mais).

Adamantina e cidades da América Central firmam termo de parceria e cooperação voltado ao desenvolvimento e fortalecimento da agricultura familiar. O documento foi assinado na manhã de quinta-feira (20) no gabinete do prefeito Márcio Cardim, que recebeu uma comitiva da Comunidade Fronteiriça Trinacional Rio Lempa, que conta com cerca de 25 cidades de Honduras, El Salvador e Guatemala, na América Central.

A vinda da comitiva da América Central a Adamantina é fruto de um diálogo científico e institucional entre a UNIFAI e a Comunidade Fronteiriça Trinacional Rio Lempa, iniciado em 2011, e que agora ganha esse novo desdobramento.

Essa comitiva, com cerca de 15 representantes desses três países, está em Adamantina e pela manhã de hoje conheceu as experiências locais com agricultura familiar, em especial as práticas desenvolvidas por meio do associativismo e cooperativismo, pela APPRAR – Associação Passiflora dos Produtores Rurais, APLEMAR – Associação dos Produtores de Leite da Região de Adamantina e da CAMFRA – Cooperativa Mista de Agricultura Familiar de Adamantina.

Outro enfoque do encontro é apresentar à comitiva as experiências locais da agricultura familiar alinhada com programas oficiais, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), a aquisição de alimentos da agricultura familiar para a merenda escolar (PNAE), e alimentos para a complementação nutricional para grupos em situação de insegurança alimentar (PMAIS), que juntas agregam cerca de 400 cooperados e associados.

No período da tarde a visita será nas dependências da UNIFAI, onde serão recebidos pelo diretor José Luiz Vieira de Oliveira, pelo coordenador do Núcleo de Prática de Pesquisa e Extensão José Aparecido dos Santos, pelo coordenador pedagógico Ênio Garbelini e do diretor administrativo Claudinei Pelae Jorge. Estão previstas também atividades a campo, para conhecer na prática as experiências vividas em Adamantina.

Experiências locais
A diferença no idioma não foi nenhuma barreira para a troca de experiências. Após a saudação inicial feita pelo prefeito Márcio Cardim e pelo diretor da UNIFAI, José Luiz Vieira de Oliveira, e a entrega dos decretos de hóspedes oficiais aos visitantes, a exposição foi aberta pelo engenheiro agrônomo Maurício Konrad, da Casa da Agricultura local, representando a Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento e a CATI – Coordenadoria de Assistência Técnica Integral.

Ele expôs sobre os programas PAA, PMAIS, PNAE e sobre boas práticas produtivas. Sobre o PAA, Maurício destacou os papeis econômico e social do programa, em comprar a produção da agricultura familiar e distribuir para entidades e comunidade. Em relação ao PNAE, ele ilustrou que vencida a fase de implantação, hoje a merenda escolar se organiza e produz seu cardápio dentro do calendário produtivo local. Já em relação ao PMAIS, reforçou que o programa é voltado à complementação nutricional de gestantes e lactantes em situação de insegurança alimentar. E todos eles têm como base fornecedora a agricultura familiar.

Sobre as boas práticas, Maurício destacou que a preocupação é introduzir uma dinâmica produtiva de resultados no campo, voltadas ao manejo, adubação, manuseio, entre outras especificidades, estendendo ainda para o transporte da produção e asseio e higiene da produção e dos próprios produtores.

Ainda no encontro da manhã, expuseram também os secretários municipais de agricultura, abastecimento e meio ambiente, educação e saúde. Os três falaram sobre os reflexos e ganhos desses programas, em suas respectivas áreas.
O cenário na América Central
No encontro o representante da comitiva, Hector Alonso Aguirre, falou com a imprensa local. Ele explicou que a Comunidade Fronteiriça Trinacional Rio Lempa é um consórcio que integra 25 municípios da tríplice fronteira entre Honduras, El Salvador e Guatemala. “Viemos identificar experiências na América Latina e levar para a América Central”, disse.

Aguirre destacou que as experiências brasileiras, e aquelas que está conhecendo em Adamantina, estão bastante à frente do cenário vivido na comunidade da tríplice fronteira. Ele relatou que as propriedades rurais na Comunidade Fronteiriça Trinacional Rio Lempa
são pequenas – cerca de meio hectare – e com famílias numerosas, que se esforçam, sobretudo, para garantir a própria subsistência alimentar.

Ele comparou o cenário brasileiro e dos países que representa. Enquanto no Brasil há grandes propriedades e uma população reduzida, na Comunidade Fronteiriça Trinacional Rio Lempa as propriedades são pequenas, porém com famílias numerosas. “Temos muitos agricultores, grandes famílias e problemas como a dificuldade de acesso à terra. Por isso há muitos problemas a serem superados”.

Sobre o cenário produtivo, Aguirre citou que na região da tríplice fronteira há predominância da monocultura, sobretudo pautada pelo cultivo da banana, café, arroz, feijão e açúcar. Comparando seu cenário com as políticas públicas brasileiras voltadas à agricultura familiar, ele citou que as ações nos países representados na comitiva são geridas por um governo central, porém há pouca articulação com a comunidade.


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